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sábado, 7 de maio de 2011

DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO



DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO
É permitido ao homem ou à mulher divorciar-se e casar-se de novo?

Deus aprova que alguém se case com uma pessoa divorciada?
Para tratar este delicado e controvertido tema, creio ser necessário seguir uma certa ordem metodológica:...

Primeiro, analisar as passagens mais claras e que diretamente tratam do assunto e logo depois estudar aquelas mais difíceis de compreender a luz destas. A revelação no Antigo Testamento aparece gradual e progressiva até chegar a Cristo, que é a revelação de Deus para todos os homens de todos os tempos. Por isso, acho melhor abordar primeiro as passagens do Novo Testamento. Creio que o mais correto é começar pelas palavras de Jesus registradas nos Evangelhos, para logo considerar as passagens do Antigo Testamento à luz delas.



Segundo, enfocar primeiro a regra geral sobre o tema e logo abordar as exceções. Se tratarmos primeiro dos casos que se constituem exceções sem primeiro haver estabelecido a regra, terminaríamos fazendo uma exceção à regra, desvirtuando assim o ensinamento do Senhor.


Terceiro, resolver primeiro o aspecto bíblico do tema e depois o pastoral. Quer dizer, o tratamento pastoral dos casos particulares constitui a segunda instância. Se consideramos os casos sem ter definido o enfoque bíblico, corremos o risco de emitir nossos próprios juízos baseados em raciocínios ou sentimentos humanos e não na Palavra de Deus.




O que disse JESUS sobre este tema


Para seguir a ordem proposta, consideremos primeiro as declarações de Jesus sobre o divórcio e o novo casamento, as que sem dúvidas sejam claras, completas e finais. Trataremos primeiro a regra geral e logo a única exceção assinalada por Jesus e por Moisés.


Nos evangelhos é citada quatro vezes a palavra de Jesus sobre o assunto:


Marcos 10.11-12: “E ele lhes disse: Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro comete adultério.”
Lucas 16.18: “Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério.”
Mateus 5.32: “Eu, porém vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de fornicação, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que se casar com a repudiada comete adultério.”
Mateus 19.9: “Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra comete adultério ( e o que casar com a repudiada comente adultério).”

Como pode se observar, Jesus Cristo estabelece sobre esta delicada questão uma regra geral e uma cláusula de exceção. A exceção à regra é: “a não ser por causa de fornicação”; ou “salvo por causa de fornicação”.
Cabe destacar que nem Marcos nem Lucas incluem a cláusula de exceção; só quem coloca é Mateus nos textos citados. ( O fato de que Mateus seja o único a incluir a cláusula de exceção, a meu juízo tem uma razão de ser que mais adiante mencionarei).

A regra geral: Como já assinalei anteriormente, a primeira coisa que devemos ter claro é a regra geral estabelecida pelo Senhor. Logo abordaremos a cláusula de exceção. Parece óbvio que a regra geral abrange os casos daquelas pessoas que se divorciam e se casam de novo sem que exista a causa de “fornicação”, aqueles que se separam porque simplesmente já não se querem mais, ou não se dão bem, ou por outras razões não compreendidas na cláusula da exceção. 


MATEUS 19: 1 a 12
• Vers. 3 - O ATAQUE DOS FARISEUS 

• (não eram bem nascidos) . O propósito aqui é confundir o Senhor e desacreditá-lo diante do povo e assim ter motivos para matá-lo.



• O coração dos fariseus:Lc 11.53,54/ 12:1 = Saindo Jesus dali, passaram os escribas e fariseus a argüi-lo com veemência, procurando confundi-lo a respeito de muitos assuntos, 54- com o intuito de tirar das suas próprias palavras motivos para o acusar.1-Posto que miríades de pessoas se aglomeraram, a ponto de uns aos outros se atropelarem, passou Jesus a dizer, antes de tudo, aos seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.

Lc 20.20,21 = Observando-o, subornaram emissários que se fingiam de justos para verem se o apanhavam em alguma palavra, a fim de entregá-lo à jurisdição e à autoridade do governador. Então, o consultaram, dizendo: Mestre, sabemos que falas e ensinas retamente e não te deixas levar de respeitos humanos, porém ensinas o caminho de Deus segundo a verdade;

• Os fariseus embora mencionem Moysés nesta conversa com Jesus eles na prática não tinham qualquer compromisso com a lei nesta questão do Casamento, pois se divorciavam por qualquer motivo (Ensino de Hillel > queimasse o jantar, muito sal na comida, se não gostasse do seu cabelo, se ela falasse com algum homem na rua etc.). O Rabino Shammai era mais conservador.



• Vers. 4 a 6  Jesus volta ao princípio da criação
O verdadeiro motivo de Deus, muito antes de Moysés ou qualquer outro. Assim como a Igreja, o casamento também é uma instituição divina, foi Deus que instituiu o casamento.
Não tendes lido..., desde o princípio..., por esta causa..., de modo que..., portanto. AQUI SE DEPENDESSE DO SENHOR O ASSUNTO ESTARIA ENCERRADO.



• Vers 7: Replicaram-lhe: Os fariseus não estavam interessados no plano divino para o casamento mas sim na exceção. Isto acontece com pessoas pecaminosas que querem  acomodar  suas cobiças e  a  intenção  maligna de seu  coração.                      
A pergunta dos fariseusOs fariseus foram a Jesus com a seguinte pergunta: “’E lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer coisa?” Mateus, como Marcos, deixa claro que a intenção dos fariseus era tentar (experimentar) Jesus. Queriam surpreender  Jesus em alguma contradição com Moisés, a fim de desacreditá-lo como enviado de Deus. Mas Jesus nunca contradisse Moisés. Ele declarou: “não vim para destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir” (Mateus 5.17-19). Moisés não falou por sua própria conta, sim da parte de Deus, o mesmo que Jesus. No que se refere à lei moral, Jesus e Moisés coincidem em tudo. Jesus não exigiu uma justiça maior que a de Moisés, sim maior que a dos escribas e fariseus, que faziam uma aplicação tendenciosa e errônea da lei.



A resposta de Jesus
Ante esta pergunta dos fariseus, a resposta de Jesus foi um terminante “não”. E fundamentou seu“não” citando justamente a Moisés no texto de Gênesis 2.24. Trata-se da lei fundamental estabelecida por Deus ao instituir o matrimônio: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua  mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne.” E Jesus reforçou dizendo: “Assim já não são mais dois, mas uma só carne; portanto o que Deus uniu não o separe o homem”.
(É interessante que Marcos no seu evangelho, ao relatar o mesmo episódio, diz que os fariseus lhe perguntaram “é lícito ao marido repudiar a mulher”, sem adicionar “por qualquer causa”; e a resposta de Jesus em ambos os casos foi a mesma).


O contra-ataque dos fariseusDiante da resposta negativa de Jesus, os fariseus creram haver descoberto finalmente  a Jesus contradizendo a Moisés; perguntaram: “porque, pois, mandou Moisés dar carta de divórcio e repudiá-la?” Como estivesse dizendo: Como é que tu dizes que não quando Moisés diz que sim?
Jesus não ignorava a única exceção que a lei fazia quanto ao divórcio, segundo Deuteronômio 24.1-4: “Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa. Se ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem, e este também desprezar e, fazendo-lhe carta de divórcio, lha der na mão, e a despedir de sua casa; ou se este
último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer; então seu primeiro marido que, a despedira, não poderá tornar a tomá-la por mulher, depois que foi contaminada; pois isto é abominação perante o Senhor. Não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.” Mas os fariseus, amparando-se nessa exceção, (texto que logo analisaremos), haviam convertido a prática do divórcio na alternativa válida e permitida por Deus, e a exceção se havia constituído quase em uma regra geral, tal como sucede também em nossos dias.
Jesus explicou aos fariseus a razão da exceção: “Pela dureza de vossos corações Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas no princípio não foi assim”

Ver  Lc 16. 15 a 18Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.16- A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.17 - E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei.18- Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério.


 MARCOS 10. 2 A 12• Aqui já sem cláusula de exceção pois não era necessária, bastava apenas o verdadeiro ensino de Jesus.

• Não se fala aqui “por qualquer motivo” , mas a resposta não muda.


• Homens e mulheres colocados no mesmo nível de responsabilidade.


• Assim como em Mateus 19 os discípulos voltaram a falar com Jesus sobre o assunto (AGORA EM CASA) tamanho foi o impacto que o ensino do Senhor trouxe.



Ver  Lc 16. 15 a 18Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é elevado entre homens é abominação diante de Deus.16- A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele.17 - E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei.18- Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério.


• Jesus não está negociando uma situação sentimental; está sim tratando de um assunto moral

• Jesus não pergunta quem é o culpado, se é ele ou ela, apenas diz quem repudia e casa com outro (a) comete adultério, quem casa com a repudiada (o) comete adultério.



• O QUE DIZ MOISÉS?  Dt 22. 13 a 29 ; Dt 24.1 a 4 (Anulação/corte) (Ver exemplo de José e Maria em Mt 1. 18 a 25 (Não quis denunciá-la publicamente por isso ia deixá-la secretamente.) A EXCEÇÃO DE MOISÉS ERA NO CASO DE RELAÇÕES ANTES DO CASAMENTO (FORNICAÇÃO-PORNÉIA)
É importante notar que Jesus nunca disse: “salvo por causa de adultério” (grego:“moicheia”). Sempre disse: “salvo por causa de fornicação” (grego: “porneia”). E quando uma pessoa divorciada se casa com outra nunca diz que cometeu “porneia”e sim “moicheia”.
As mesmas declarações de Jesus impedem de dar a palavra “porneia” em Mateus 5:32 e 19.9 o significado de adultério.
Isto explicará o dito por Moisés: “Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio...”. O homem ao casar-se, o que pode encontrar na mulher algo que seja indecente? O sentido mais provável é que descubra que sua mulher não seja virgem. Quando aparecia este tipo de situação ao casar-se existiam, segundo a lei, dois procedimentos a seguir: Se havia litígio entre o casal, o marido podia defrontar um JULGAMENTO PÚBLICO. Se a coisa fosse sem litígio, e ele não a quisesse como esposa, deveria redigir uma CARTA DE REPÚDIO e despedi-la definitivamente.



OS FARISEUS CITARAM MOISÉS, E A LEI – PRECISAMOS COMPREENDER O QUE MOISÉS PRETENDIA COM A LEI:
Deuteronômio 22:13-21 explica o procedimento a ser seguido no caso de litígio entre o marido e a mulher e que requer para sua solução, um julgamento oficial. Se fosse comprovada a inocência da mulher e sua virgindade, ele devia pagar uma multa ao pai dela (100 ciclos de prata) “Ela ficará sendo sua mulher, e ele não poderá mandá-la embora durante a sua vida” (vs 19). Mas se fosse comprovado que ela não era mais virgem devia ser apedrejada e morta (vs 20-21).
Deuteronômio 24:1-4 nos fala de outro procedimento quando surgia o problema. Se o marido  recém-casado queria anular o casamento “por haver nela algo indecente”, indecência que ela não negava, redigia uma carta de divórcio, que era entregue a ela, e ambos ficavam livres.
Cristo se refere a estes casos ao dizer: “salvo por causa de fornicação”. Quer dizer, apenas nestas circunstâncias é que o homem que se divorcia e que se casa de novo não comete adultério, e se a mulher repudiada se casa com outro não adultera (tão pouco o que se casa com ela).
Dessa maneira, o marido tem outra possibilidade: perdoar e recebê-la como sua esposa.
De modo que o ensinamento de Moisés e a lei de Cristo coincidem. Cristo não contradisse a Moisés, mas o ratifica e esclarece.
Porque Mateus é o único que inclui a cláusula de exceção?



PORQUE QUE SÓ NO EVANGELHO DE MATEUS APARECE O QUE CHAMAMOS DE CLÁUSULA DE EXEÇÃO?
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