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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O PODER DA PRESSÃO

 

Não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi O poder da pressãoacima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós e sim no Deus que ressuscita os mortos; o qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos. 2 Coríntios 1.8-10

O que Paulo desejava que os irmão conhecessem? A aflição que sobreveio a ele e seus companheiros na Ásia Menor. Por que tipo de aflição eles passaram? A aflição da pressão. Até que ponto aconteceu tal pressão sobre eles? Além do poder deles, de tal forma que desesperaram da vida. Essa foi a situação exterior deles. E quanto ao seu sentimento interior? Harmonizava-se com a situação exterior, pois tinham a sentença de morte dentro de si. E qual foi a conclusão a que chegaram? Que não podiam confiar em si mesmos, mas no Deus que ressuscita os mortos. Por isso, Deus os havia livrado de tão grande morte no passado para que pudesse livrá-los agora e haveria de livrá-los no futuro. O que gostaríamos de considerar aqui é o relacionamento entre pressão e poder. Como cristãos, prestamos muita atenção à questão do poder. Isso é especialmente verdadeiro entre os crentes espirituais. Eles freqüentemente perguntam se certa pessoa tem poder ou indagam sobre quanto poder ela tem. Ouvimos tais interrogações onde quer que vamos. Vejamos o que a Bíblia ensina sobre o relacionamento entre pressão e poder. Antes de tudo, gostaria de dizer que esses dois são diretamente proporcionais.

Ou seja, sempre que há pressão, há também poder. Se um cristão não sabe o que é pressão, ele não tem conhecimento do que seja o poder. Somente os que têm experimentado se curvar sob pressão sabem o que é o poder. Quanto maior a pressão, maior o poder. Mas antes de falar sobre a relação espiritual entre esses dois fatos, devemos explicar a relação que existe entre eles na esfera física, pois dela poderemos aprender, então, o princípio espiritual. Você já observou como a água é fervida em uma caldeira aberta? Você pode ter visitado uma loja que vende água quente. A água é fervida ali desde a manhã até a noite, ano após ano. O vapor escapa e enche a casa, porém não está sendo utilizado por não haver pressão. Mas se em outro lugar nós observarmos outro tipo de caldeira, seja dentro de uma locomotiva ou em um barco a vapor, veremos que os operários acendem um fogo forte debaixo da caldeira permitindo que a água nela ferva, mas, diferentemente da loja que vende água quente, eles não deixam que o vapor escape. A caldeira, nesse caso, é feita de aço grosso e o vapor é continuamente pressionado dentro dela. Ela começa a reunir força devido à pressão exterior, visto que o vapor não pode expandir-se, conduzindo ao seguinte resultado: ele se condensa numa espécie de poder. E quando o poder do vapor é liberado por meio de uma pequena abertura, ele começa a mover o trem ou o barco. Agora, o vapor na loja de água quente e o vapor na locomotiva são o mesmo. Por que, então, existe tal diferença no poder? O vapor gerado na loja é inútil, mas o da locomotiva é tremendamente útil. A razão é porque num caso não há pressão, permitindo que o vapor se disperse e se torne inútil; mas no outro caso, o vapor permanece constantemente sob pressão, é pressionado e canalizado por uma abertura e é, finalmente, transformado em grande poder.

Aqui, então, está uma lei ou princípio espiritual a ser derivado da lei física: onde não há pressão, não há poder, mas a pressão pode produzir poder e o faz. Todavia, para um cristão conhecer o que é poder, ele precisa conhecer, primeiro, o que é pressão. A pressão estava sempre presente com os apóstolos do Novo Testamento. Eles eram pressionados diariamente e pesadamente sobrecarregados.

Muitas coisas eram tão amontoadas sobre eles que poderiam roubar-lhes qualquer dia de paz. Mas Deus usou esse fenômeno para dar-lhes poder. Pelo fato de serem excessivamente pressionados, não havia ninguém que tivesse tal poder como os apóstolos, pois a pressão os levava a olhar para Deus.

Permita-me perguntar: quão grande é a pressão sobre você? Você só pode medir seu poder pela pressão que recebe. O poder do vapor é medido pela pressão da caldeira. Da mesma forma, o poder de um crente nunca pode ser maior do que a pressão que ele suporta. Se alguém deseja saber quão grande é seu poder diante de Deus, precisa compreender que seu poder não pode exceder a pressão que recebe de Deus. Essa é uma lei espiritual básica. As vezes, como cristão, você ora: "O Deus, dá-me poder!" Você sabe o que está realmente pedindo? Se Deus responder a sua oração, certamente Ele colocará você sob pressão, pois Ele sabe que o poder da vida é gerado pela pressão da vida. Uma vida sob pressão é uma vida com poder, enquanto uma vida sem pressão é uma vida sem poder. Grande pressão na vida produz grande poder de vida, mas pouca pressão na vida resulta em pouco poder de vida. Todavia, o poder em discussão aqui é poder da vida e não o de outras fontes. Continuemos nossa discussão no que diz respeito à esfera moral e espiritual, e vejamos quão verdadeiro é esse princípio de "pressão é poder".

A PRESSÃO DO PECADO

Quantos de nós têm alguma experiência nítida de vencer o pecado? Quem entre nós conhece como a lei do Espírito de vida em Cristo Jesus nos liberta da lei do pecado e da morte? Quem tem explicitamente tratado com o pecado e o vencido? Por que tão poucos de nós, cristãos, somos libertados da escravidão do pecado? Pode ser talvez devido à nossa incapacidade de usar este princípio: saber como usar a pressão do pecado sobre nós; pelo contrário, desmaiamos sob sua pressão. Falhamos por não usar essa pressão para clamar a Deus e buscar Seu livramento. Quão freqüentemente devemos ser pressionados pelo pecado até esse ponto — pressionados além da nossa medida, de tal forma a não podermos ajudar ou a salvar a nós mesmos — antes que se torne real termos o poder para ir a Deus e receber a vitória de Cristo. Então, seremos libertados.

A PRESSÃO DA NECESSIDADE

Um irmão perguntou-me por que sua oração não tinha resposta. Respondi-lhe que era por não haver pressão. Quando perguntou por que a pressão era necessária, eu lhe disse que ela é necessária para que a oração tenha resposta. Na verdade, eu sempre faço esta pergunta aos irmãos: "Deus ouve sua oração?"

A resposta que geralmente recebo é esta: depois de orar três ou cinco vezes, o assunto é esquecido. Por que é esquecido? Porque esses que esquecem não sentem a pressão sobre si. Não é estranho que freqüentemente seja esse o caso? Se você esqueceu um assunto de oração, como pode culpar a Deus por não se lembrar? Naturalmente, Deus não lhe responderá se você meramente pronunciar algumas palavras de oração casualmente. Muitos oram como se estivessem escrevendo uma redação. Seria melhor que não orassem. A oração de muitos transgride o primeiro princípio da oração, que não é fé nem promessa, mas necessidade. Sem necessidade não há oração. Não é de se maravilhar que as pessoas não recebam resposta para suas orações. Para que Deus responda a oração de um crente, Ele lhe dará primeiro uma necessidade, dará ao crente alguma pressão a fim de que este sinta a necessidade. Então, o crente se volta a Deus pedindo uma resposta.

Você pode não compreender por que Moisés, em sua época, orou desta forma: "Agora, pois, perdoa o seu pecado, senão, risca-me, peço-Te, do Teu livro que tens escrito" (Êx 32.32). A razão era que Moisés estava consciente de uma necessidade e estava tão oprimido por essa necessidade que preferia perecer se Deus não salvasse os filhos de Israel. Por isso, Deus o ouviu.

Por que Deus permite que muitas dificuldades, becos sem saída e fatos inevitáveis cheguem a nós? Por nenhuma outra razão a não ser chamar-nos a utilizar tal pressão e nos tornarmos poderosos na oração. Nosso fracasso está em não sabermos como fazer uso da pressão para transformá-la em poder.

Devemos saber que todas as pressões têm um propósito. Entretanto, não devemos esperar até que a pressão se torne excessivamente insuportável antes de orar. Devemos aprender a orar sem pressão como também com pressão. Se há pressão, utilizemos cada uma transformando-a em poder. Fazendo assim, reconheceremos que sempre que a pressão surgir Deus vai manifestar o poder de ressuscitar os mortos.

A PRESSÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS

Não só o pecado e a necessidade criam pressão, mas as circunstâncias produzem-na também. Deus permite que os crentes passem pela pressão das circunstâncias para que vivam diante Dele. Freqüentemente, situações adversas são levantadas na vida dos filhos de Deus. Alguns são perturbados pelos familiares, outros, pelos amigos. Alguns podem sofrer perdas nos negócios; outros podem ser perseguidos pelos colegas. Uns podem ser hostilizados ou mal-interpretados pelas pessoas; outros podem ter dificuldades financeiras.

Este foi o alvo de Paulo em toda a sua vida: "Não que já a tenha alcançado", declarou o apóstolo, "ou que seja perfeito; mas prossigo (...) para que possa conhecê-Lo (experimentá-Lo), e o poder da Sua ressurreição (não apenas o fato da ressurreição de Cristo)" (Fp 3.12, 10). Ele também declarou isto: "Em tudo somos atribulados, porém não angustiados (isso se refere à situação exterior deles); perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a Sua vida se manifeste em nosso corpo" (2 Co 4.8-10). Isso se refere às circunstâncias de Paulo e à vida dentro dele. Ele tinha muitas pressões exteriormente, mas tinha também grande poder dentro de si. As pressões externas a ele apenas manifestavam seu poder interior.

A PRESSÃO DA OBRA

Grande parte da obra de Deus deve passar pela pressão antes que possa haver bons resultados. (Os que servem a Deus devem prestar bastante atenção nesse ponto.) Infelizmente, poucos obreiros têm essa experiência ou parecem dispostos a experimentá-la. O que é fiel, entretanto, não só tem tal experiência como ainda a terá bem mais. Se você nunca experimentou isso, há de experimentar no futuro. Deus vai fazer com que o trabalho que você está fazendo passe pela morte. Isso não ocorre porque Deus tenha prazer na morte; pelo contrário, Ele leva a obra à morte a fim de alcançar a ressurreição.

No início de sua obra, muitos obreiros de Deus notam que inúmeras pessoas estão sendo salvas por meio de seus esforços, e sua obra parece estar prosperando e sendo abençoada. Estranhamente, porém, tal situação não dura muito tempo.

Após algum tempo, a obra começa a fracassar. Os que antes foram salvos não estão fazendo nenhum progresso hoje. Mais tarde, não apenas a obra parece ter parado, mas os próprios obreiros sentem-se frios e mortos. Quando se descobrem nessa situação difícil, com certeza desejam fazer algo, mas não podem porque parecem ter perdido o poder. Ficam realmente intrigados. Podem até começar a imaginar que cometeram algum pecado grave.

A essa altura, estão realmente temerosos e não sabem o que fazer. Podem entender que não há mais qualquer esperança, pois parece que Deus não quer abençoar nenhum aspecto da sua obra.

Mas é precisamente nesse momento que a luz virá de Deus para sondar o coração deles e, então, saberão se desde o início estiveram trabalhando para Deus ou para eles mesmos, se estiveram competindo com as pessoas ou servindo com sinceridade para a glória de Deus. Eles descobrirão para quem estiveram realmente trabalhando. Pois quando a obra está prosperando e tendo sucesso, os crentes tendem a sentir que tudo quanto estiveram fazendo foi para Deus. Somente quando a obra de alguém está sob pressão é que ele poderá discernir se sua obra tem sido para Deus ou se ele se tem misturado com a obra.

Você, que tem tido experiência como a aqui descrita, sabe quão dolorosa ela é. Durante esse tempo, você se sente sobrecarregado e morto e está sendo pressionado a tal ponto que não pode fazer outra coisa a não ser perguntar a Deus: "O Deus, por que isso é assim? Por que ninguém está sendo salvo? Por que os crentes estão tão mortos?" Você também é pressionado a perguntar a Deus: "Que devo fazer? Onde devo ir daqui em diante?" Você percebeu que seu antigo poder não é suficiente para enfrentar a presente situação e sua experiência passada é inadequada para suprir a exigência atual. Talvez, neste momento, Deus lhe mostre que, quando a obra estava prosperando, você nutriu o pensamento de auto-satisfação, abrigou o orgulho espiritual, foi zeloso por sua própria glória, ansiando exceder outras pessoas na obra. Resumindo, você descobre que muitas coisas não foram feitas para Deus, mas para os homens e, conseqüentemente, sua obra necessitava passar pela morte. Agora você reconhece quão útil foi sua obra ter sofrido essa pressão.

De modo que, nessa nova situação, você pede a Deus para lhe dar poder a fim de que possa realizar Sua obra sob tais circunstâncias trevosas e secas. Você reconhece ter estado sob pressão por algum tempo e, por isso, pede a Deus para reavivar Sua obra. Dentro de pouco tempo, haverá novas mudanças! A situação próspera retornará e você verá, claramente, que isso não é algo feito por você, mas somente pelo próprio Deus por intermédio de você. O resultado é que a pressão que você suportou lhe deu novo poder para trabalhar. Antes era você quem trabalhava, mas agora é Deus trabalhando, pois Ele levou Sua obra à ressurreição através da morte. Daí em diante, ninguém pode impedir a obra Dele.

CONCLUSÃO

Lembremos, portanto, que a pressão visa a produzir poder. Utilizemos a pressão, em nosso viver diário, para transformá-la em poder a fim de progredir espiritualmente. Tenha em mente também que um crente poderoso não possui qualquer medida extra de poder além do que nós mesmos possuímos; ele simplesmente sabe como utilizar a pressão sobre ele e está determinado a fazê-lo.

Quando deparar com muitas pressões, você deve lembrar que pressão é poder e, portanto, não devem ser evitadas, mas, sim, acolhidas. Pois quanto maior for a pressão sobre você, maior será seu poder. Você vencerá tudo e obterá força ainda maior.

Deus trabalha por meio do processo de morte. Sem passar pela morte, ninguém pode fazer nada. O que eu mais temo é que muitos não utilizem a pressão que lhes é dada.

Um dia, quando estivermos diante de Deus, reconheceremos plenamente a pressão que o Senhor Jesus Cristo sofreu em Seus dias na terra, que pressão os apóstolos suportaram em seus dias e que pressão todos os que foram grandemente usados por Deus suportaram.

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